Luís Pereira, Professor no Departamento de Ciência dos Materiais e Investigador no CENIMAT, acaba de receber uma bolsa ERC (European Research Council), a mais reputada instituição de atribuição de fundos para a investigação científica e tecnológica na Europa, para o projeto EXCELL no valor de 150 mil euros.
O projeto visa a criação de separadores de células de bateria baseados num nanocompósito de celulose, numa abordagem que privilegia a utilização de materiais de origem natural e, por isso, um passo fundamental para aumentar a sustentabilidade na cadeia de valor das baterias, cada vez mais utilizadas na realidade atual.
“Com cada vez mais veículos elétricos em circulação, há também um aumento do número de baterias que atingem o fim de vida útil, prevendo-se que até 2030 supere o equivalente a dois milhões de toneladas em todo o mundo”, explica Luís Pereira, que está a liderar este projeto. “É por isso fundamental encontrar alternativas na cadeia de valor das baterias com maior durabilidade e reciclabilidade”, conclui. Mas há mais: se por um lado a complexidade da produção de baterias resulta em taxas de desperdício muito altas (cerca de 10% a 30%), especialmente durante o escalar da produção, por outro lado, o contexto atual de escassez de matérias-primas na Europa está a levar a uma monitorização mais apertada das cadeias de distribuição.
É como resposta a este contexto específico que nasce a alternativa mais sustentável do projeto EXCELL: consiste num novo conceito de separadores para células de bateria baseados num nanocompósito de celulose com mesoporosidade ajustável. Separadores que serão adequados para a incorporação de sensores que permitirão monitorizar o estado da bateria, conduzindo a uma nova geração de células de baterias inteligentes.
Esta é uma bolsa Proof of Concept (ou prova de conceito) o que quer dizer que é atribuída a um investigador já distinguido por uma bolsa ERC. Neste caso em concreto, a bolsa EXCELL surge no seguimento da bolsa ERC-Starting Grant NEWFUN atribuída em 2015 a Luís Pereira, onde foi demonstrado que materiais condutores iónicos à base de celulose podem ser reciclados e reutilizados, mantendo o desempenho eletroquímico.
A bolsa proof of concept também significa que se deverá utilizar o financiamento para passar da teoria à prática: perceber a viabilidade dos conceitos científicos em desenvolvimento assim como explorar oportunidades de negócio ou preparar pedidos de patente. Neste caso em concreto é crucial aferir o interesse de stakeholders sobre novas oportunidades para componentes de células de bateria baseados em recursos naturais abundantes recicláveis/biodegradáveis.
A Escola vê mais uma vez reconhecida a excelência da sua investigação e volta a reforçar a sua posição de liderança no número de bolsas atribuídas aos seus investigadores, acumulando 14 bolsas conquistadas.
Texto e imagem: FCT NOVA
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